Bem-vindo a campo, Faísca!

Foi com a maior alegria que acabei de ler a última postagem do blog oficial do Asa de Águia. Lá estava publicado o seguinte texto: Faísca apareceu no Twitter para contar que a partir de agora, além da sua função técnica na equipe, também vai fotografar todos os eventos do Asa.

Quem vem acompanhando o trabalho do Asa, pelo menos desde o início dos anos 90, sabe a importância da figura de Faísca na sistemática da coisa toda. Mais do que roadie – que é aquele cara que cai na estrada junto com as bandas dando todo o suporte na pré-produção – Faísca animou muitas festas pelo país inteiro com uma irreverência que complementou, e muito, o bom trabalho desempenhado por Durval Lelys com seus marcantes personagens.



Era uma simbiose fantástica que eu classifico como a química existente entre um protagonista e o seu coadjuvante ou como o humorista e seu companheiro que funciona como contraponto no enredo de uma esquete, novela ou até mesmo no cinema. Aliás, que grande dupla – Durval e Faísca – a televisão e o cinema brasileiros estão perdendo...

O que eles faziam? Performance, aliás, performance e humor. Quem não se lembra do Nero e seu leão Simba ou do Conde Draculino e o impagável Morcegay, com seu traje todo em rosa pink, sua máscara de batman e capa esvoaçante? Era só abanar aquela capa rodopiando pelos palcos da vida que Faísca arrancava gargalhadas de todos, inclusive do próprio Durval.

Eu admirava aquilo tudo e ficava tremendamente supresa com a coragem e a desenvoltura de Faísca. Na faculdade de comunicação a gente meio que esbarra com umas disciplinas de teatro, o que para mim era um sofrimento. Quase fui reprovada na cadeira porque a prova era participar de uma peça. Só eu sei o sacrifício que foi. Quando você passa por uma dessas consegue entender o valor que tinham as performances de Durval e Faísca.

Era só Faísca aparecer e começavam os comentários: – Quem é esse cara fantasiado junto com o Durval? – Nossa que cara mais desenrolado!, – Corajoso, hein? Realmente, não é fácil encarar um público de milhares de pessoas, fantasidado de leãozinho, morceguinho e até de coelhinho. Era uma tiração de onda geral em que o personagem principal, do Durval, conquistava as gatinhas. Os papéis representados por Faísca ficavam com o que sobrava: os marmanjos (risos). Faísca complementava a atuação do Durval com maestria, gostava do que fazia e do motivo pelo qual fazia. Eu sinto muita saudade.



Mas o que eu quero destacar aqui é como o Faísca se tornou uma pessoa marcante em minha vida. Além de tudo o que já mencionei, posso afirmar que Faísca – que na verdade se chama Claudius – é uma das pessoas mais legais que conheci na vida. Simples e sensível, pessoa alto-astral que sempre está disposto a bater um papo com você. Talvez a característica que eu mais admire nele seja a capacidade de tratar toda pessoa sempre do mesmo jeito, sem diferenciações e preconceitos, seja alguém com quem ele convive diariamente ou aquela pessoa que ele vê duas ou três vezes a cada dez anos (como o meu caso). Respeito é um valor que ele adotou para a vida e consegue transmitir ao próximo. É essa a imagem que tenho dele.

Como dizem os baianos, gosto dele de graça. É com muita satisfação que eu – como fotógrafa – dou as boas-vindas ao Faísca como fotógrafo cujo trabalho já venho admirando a distância através do Orkut e do Facebook. Lembro daquela micarande "das antigas" em que ele, com tamanha gentileza, levou minha câmera para cima do trio e fez fotos lindas do Asa para mim. Eu tenho certeza de que pelas lentes desta fera serão captados momentos de sensibilidade que marcarão a história do Asa de Águia.

Felicidades!
Kakau