Durangolino, o folião, vai subir ao Palco 2010 do Festival de Verão na noite desta sexta-feira (22) para levantar a massa no Parque de Exposições. Não entendeu? Então, você precisa conhecer logo o novo personagem de Durval Lelis, líder do Asa de Águia.
Durvalino canta hoje para animar a noite do Festival no Palco 2010
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A banda é a terceira a se apresentar nesta noite, que ainda tem Caetano, Daniela, Brown, Victor e Léo, Charlie Brown Jr. e A Zorra. Durval promete muita alegria e uma música inédita no Festival. Confira a entrevista completa com o líder do Asa:
Você é arquiteto por formação, mas quase não exerce a profissão. Como foi a escolha pela arquitetura?
Meu pai sempre quis que eu fosse engenheiro, mas eu tinha a convicção de que a minha profissão era a arquitetura, por eu ter muita facilidade para desenho e gostar de construção. Eu me considero muito criativo, foi o que fortaleceu não só o trabalho na arquitetura, mas também na música.
Por falar em criatividade, para 2010 você traz o “Durangolino”. Que idéia é essa?
Durangolino é o mais novo folião de 2010. Sempre mantendo o espírito carnavalesco com suas fantasias, apostei no sentimento mais puro: o amor que existe dentro de cada um. É o personagem que deu tudo por amor, ou seja, se doou a mais pura essência do Carnaval, a festa da alegria, da felicidade, sem se prender às futilidades. Ele se entregou de corpo e alma ao espírito da maior festa popular do planeta, o carnaval da Bahia. Sua filosofia é mostrar que para ser feliz é preciso ser desprendido, ser livre e deixar-se seduzir pela beleza da vida.
Como é o projeto de trazer uma nova casa de shows para Salvador?
Estou envolvido no projeto, que é de uma arena multiuso. Um empresário de fora está querendo investir em um estádio de futebol e dentro desse estádio tem uma área de entretenimento. Meu envolvimento é pela parte de entretenimento. Vai ser bacana.
Com 22 anos de estrada, o Asa é visto como ícone da axé music. A quê você atribui esse sucesso?
Sempre acreditamos que o Carnaval e o futebol eram as duas paixões do brasileiro. Optei pelo carnaval por ser apaixonado por música e ser um guitarrista.
Você começou em uma banda de rock e a sua música preferida é do Pink Floyd. Você imprime um pouco desse estilo no Asa?
Com certeza. Minhas influências são totais com o Pink Floyd por eu gostar do estilo deles, que é parecido com o meu.
Agora você está engajado com o Asa 3D. O que é esse projeto?
O projeto é constituído por um palco central circular e giratório, com três grandes passarelas para a banda interagir com o público, por isso foi chamado de 3D. São três vias distintas, três frentes de palco, três torres de som, ou seja, tudo. Um painel de led redondo, centralizado no alto do palco, projeta animações e imagens do show em tempo real. Seu formato permite que o espectador assista tudo, de qualquer ângulo, sem perder nenhum detalhe. Em cada ponta do palco um equipamento garante som estéreo simultâneo que atinge o mesmo volume e a mesma qualidade sonora em toda área do evento, independente da distância entre o espectador e o palco. Outra novidade é o meio giratório que faz com que a banda acompanhe o movimento do cantor em qualquer das passarelas que ele se encontre. Assim, a platéia também curte a festa vendo a banda sempre de frente para ela. Já fizemos duas edições do Asa 3D em SP e RJ. Temos um projeto para gravar um DVD desse show mais ainda não temos a data.
O que te inspira a compor uma música?
Qualquer coisa me inspira. Sou um cara muito oportunista nisso. Eu penso em alguma coisa que me desperta alegria, um amor ou até tristeza e sinto que vai dar um ritmo, uma música e passo logo para o papel.
No seu site, você diz que “a vida para mim é como um semicírculo. De 0 a 40 você faz tudo que pode e tem direito. De 40 a 80, você se preserva até chegar ao limite da sua vida útil. Depois daí, o que passar é lucro”. Explica melhor pra gente?
O que eu quis dizer é que qualquer ser humano que está inserido num padrão e dividi esse padrão em dois. No primeiro, você vive fazendo tudo o que quer, sem limites e no segundo, após os 40 anos, você começa a se cuidar, se preservar a ter um outro olhar. Eu me considero com uma mente muito jovem por trabalhar por amor, a arte me ajuda muito nisso, me deixa muito feliz e realizado.
E o Festival de Verão. Como será a festa do Asa?
Ah, o Festival vai ser massa! Sempre levamos os hits do ano. Esse ano estamos com o Vale Night e vou lançar uma música nova que acabei de fazer “Anjo Bebê”.
Como pretende homenagear os 60 anos do trio elétrico?
Vou tocar a guitarra baiana na sua afinação original, como Armandinho toca.
O que é o Vale Night? Será a pedida do Carnaval?
O Vale Night é a forma de a namorada liberar o seu parceiro para a night, numa grande brincadeira. Eu procuro manter um bom repertório para agradar meu público, o resto é consequência.
Já passou por alguma situação inusitada no Carnaval? Há alguma história engraçada?
Ah, teve aquela época quando nós fazíamos muitas loucuras com a guitarra. Jogávamos ela pra cima, pulávamos, mostrávamos bem o lado rock’n’roll. Estávamos na Avenida Sete quando o baixista Carlinhos Lacral da banda, na doideira lançou o baixo para cima e o instrumento ficou preso entre os fios de eletricidade... Ele começou a gritar: ‘Para, para, meu baixo ficou agarrado nos fios’. Tivemos que parar o trio e dar ré para pegar o baixo de volta! Esse foi um momento que realmente não esqueci e dou risada até hoje quando lembro.
O que falta para termos um Carnaval ainda melhor? O que você implementaria?
A criação da cidade do axé. O carnaval precisa evoluir para um grande teatro mostrando o que ele tem de melhor que são as suas criações, seus objetivos conduzidos para um local que tenha produção e mais organizações.
Qual a mensagem que você deixa para os seus fãs leitores do CORREIO?
Adoro falar nesse jornal maravilhoso que sempre me recebeu muito bem, sempre apoia os artistas com uma imprensa muito profissional e desejo muita paz e sorte nesse Carnaval.
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