Amantes do axé se juntam em fãs-clubes

Fã que é fã não mede esforço para conseguir se aproximar do ídolo. Faz de tudo para conseguir um aceno, dribla a segurança, pula muro e, muitas vezes, chora ao receber um simples sorriso em retribuição a tanto sacrifício.

No dia do nascimento do filho de Ivete Sangalo, Marcelo, vários fãs da cantora permaneceram em frente ao hospital por horas, à espera de notícias, contentando-se com qualquer ação da artista. “Fã é besta e criativa. Foi só ela aparecer na janela, que eu chorei. Achei aquilo o máximo”, conta Luiz Gonzaga, presidente do fã-clube 'Nação Ivete'.

Talita Morais, fã de carteirinha da artista, é capaz de perder as aulas no colégio, mas não deixa de seguir a artista por onde quer que ela vá. “Eu acho que eu vou para a recuperação. No dia que ela saiu do hospital, eu tinha de estar lá. Eu estou no terceiro ano, me preparando para o vestibular. Só que vestibular tem todo ano. Ivete saindo do hospital com o filho nos braços só tem uma vez na vida”.

Tem uns que não medem as consequências dos próprios atos. Carlos Nei Silva, fã do Asa de Águia, já embarcou numa jornada difícil e inesquecível. “Há uns três anos, juntamos um grupo de dez pessoas e fomos a um show em Recife. Só tínhamos o dinheiro de ida, mas pegamos um ônibus e fomos mesmo assim”, conta ele, que é presidente do fã-clube 'Asa 2000'. “Achávamos que seria possível conseguir ajuda para voltar. Tentamos ligar para a produção da banda, para a assessora, mas não conseguimos”. Resultado: ele e os outros asamaníacos ficaram sem ter onde dormir e sem dinheiro para comer durante sete dias. Carlos conta que uma mulher ajudou fornecendo comida, mas não tinha lugar para abrigá-los. “Quando não teve mais jeito, a gente ligou para os pais”, relembra.

Durval Lelys, vocalista da banda Asa de Águia, reconhece a atenção dos fãs e diz que ela é a coisa mais importante que o artista pode ter. “Sem reconhecimento, o artista não se completa. Quanto mais fãs o artista tem, mais famoso é”.

Luiz Gonzaga nunca precisou dormir na rua pelo ídolo, mas vende o que for preciso para conseguir o dinheiro da compra dos ingressos de shows e DVDs. “Quando meu pai não quer me dar dinheiro, eu vendo camisa, vendo CD, faço rifa, faço tudo para conseguir”, confessa.

A internet é uma aliada na hora de unir fãs e promover a criação de fãs-clubes. “Se não fosse ela, a gente não teria se conhecido”, conta Roberta Oliveira, presidente do Ivete nos Une. Os integrantes se conheceram no Orkut e acreditam que a internet é essencial para manter o grupo.

Ivete, adepta do site de microblog Twitter, sempre se comunica com fãs. “Vou mandar um bjao coletivo, pois ta dificil mandar beijos pra cada um. um beijo com farofa de castanha e chocolate em cima! ui, adoro”, postou a cantora quando estava grávida.

Fonte: Jornal A Tarde

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