Missão Cumprida
Por Grace Kelly - http://diariodeviagemdagrace.zip.net/
Agora posso contar a corrida que foi para montar esse figurino. Começou numa 2a feira, precisamente as 21:30h, quando meu celular tocou... Era Duda produtor me dizendo que na 4a feira, tinha estúdio fotográfico do novo personagem de Durval para o carnaval, marcado para as 10 da manhã, sendo que o traje do personagem nem existia. Resumindo, eu tinha menos de 24 horas para descobrir o que era BUBU, onde comprar tecidos africanos em Salvador, o que fazia parte da composição da roupa, quais os acessórios usados, um pouco sobre a cultura africana, o significado de Kizomba para aí sim, começar a minha corrida contra o tempo!
Fui pedir ajuda ao “meu marido”, o Google, sim sou casada com ele desde a sua existência... risos, e lá achei tudo que precisava. Comecei minha maratona noturna, entrei em contato com Constâncio para costurar a roupa e me entregar até as 19 horas do outro dia (3ª feira); achei na internet um nigeriano que vende os panos originários da África, liguei e marquei um encontro logo pela manhã para comprá-los; nesse mesmo tempo, eu também ficava no computador mandando os modelos das roupas para Constâncio e lia sobre cultura afro, seus trajes, aprendia algumas palavras para aos poucos ir me familiarizando com o tema.
Na manhã seguinte, fui buscar meu amigo Larry em casa para me acompanhar nessa gincana, afinal com uma companhia ao lado, tudo fica mais agradável, além de trocar idéias e ouvir opiniões. Nossa primeira parada foi no Pelourinho, fui encontrar Cornélius, o nigeriano dos tecidos africanos que me ajudou muito respondendo sobre a cultura africana e a roupa. De lá, seguimos para o armarinho comprar alguns enfeites para enriquecer a roupa e depois fomos rumo à alfaiataria. Por volta das 13:30h entreguei tudo para começar a produção da roupa e as 19:40h recebi a ligação que a fantasia estava pronta – Ufa, que alívio! A sensação de missão cumprida é igual ao ‘mastercard’ – NÃO TEM PREÇO.
Na 4ª feira estávamos no horário marcado, fazendo as fotos do ZOMBALINO para a campanha do patrocinador, dos blocos de carnaval que ele canta e não podia faltar a divulgação do seu novo personagem. De lá pra cá, já surgiu um cajado feito por nosso grande Zé, o caseiro que fez os móveis da casa dele, e pedi as meninas da Carnacor Géo, Érika, Dinha e Yasmine para customizá-lo todo. Já fiz mais quatro roupas de Zombalino e mandei para customizar com Ana Paula em Uberaba, que já faz esse trabalho há 9 anos pra mim.
É assim que funcionam os bastidores de um artista, na maioria das vezes sempre nos ‘viramos nos 30’ e isso faz parte do nosso cotidiano de trabalho. Apesar de toda correria é gratificante ver que no final tudo deu certo e superou as expectativas.
Comentários