Posto de Rei Momo é rejeitado por dois candidatos

A dois meses do início do Carnaval, os organizadores da festa não sabem ainda quem será o Rei Momo da folia em 2009. O cantor Durval Lélys e o dono do restaurante Habeas Copus já rejeitaram o convite feito pelo presidente da Empresa de Turismo (Emtursa), Misael Tavares, que está em busca de possíveis nomes para ocupar a vaga.

Até 2007, era tradição que um concurso com candidatos bem acima do peso fosse o critério para definir quem receberia a homenagem. Porém, na folia deste ano, o magérrimo comerciante Clarindo Silva, dono da Cantina da Lua, foi escolhido sem concurso e virou norma que o título seria dado a figuras ilustres para a folia.

Responsável por eleger o Rei Momo em anos anteriores, a Federação dos Clubes Carnavalescos jogou nas mãos da Emtursa a responsabilidade por eleger o homenageado. “Agora tenho mais esse problema para resolver. E tenho de achar um nome nos próximos dez dias”, afirma Tavares.

O primeiro a ser sondado foi o administrador Sérgio Bezerra, 59 anos, que não aceitou o posto justicando ter muito trabalho durante o Carnaval. O dono do Habeas Copus possui dois restaurantes nos circuitos da folia (um na Barra e o outro no Pelourinho). “Desde o ano passado recebi o convite, mas não tenho tempo disponível. Trabalho durante a festa”, diz.

Todos os anos Bezerra organiza a Lavagem do Habeas Copus, que acontece uma semana antes da folia, na Barra. Foi ele o criador do extinto bloco do Jacu, que até o início da década de 90 arrastava uma multidão com sua banda de sopro e percussão pelas ruas do Campo Grande até a Praça Castro Alves. “Iam todos de mortalha, pois não existia o abadá. Só encerrei o Jacu quando começou a ter engarrafamento de trio elétrico na avenida”, lamenta.

Durvalino – Outro a rejeitar a coroa foi o cantor do Asa de Águia, Durval Lélys. A produção da banda disse que o artista não comentaria o assunto até receber um convite formal. No entanto, o presidente da Emtursa garante que ligou para Durval e a resposta foi negativa. “Durval acabou de ser pai e disse que não poderia assumir novos compromissos. Mas deixou as portas abertas para o próximo ano”, garante Misael.

O fato é que será difícil a Emtursa achar quem assuma a atribulada agenda de Rei Momo. Segundo Clarindo Silva, o título no ano passado foi sinônimo de trabalho que começou antes mesmo dele receber as chaves da cidade na abertura da festa.

Com um cachê de R$ 3 mil, que, por sinal, foi pago bem depois de finalizada a festa, Clarindo teve de ir até às festas populares que antecederam o Carnaval. E durante a folia, trabalhava das 14 às 2 horas para dar conta da festa nos bairros, além dos trios e camarotes. “Foi gratificante, mas a responsabilidade é grande”, assinala.

Enquanto a polêmica não é resolvida, a única que mantém o sorriso no rosto é Dadá, uma das quituteiras mais famosas da Bahia. Depois de sondada para ser a rainha do Carnaval, Dadá afirma que está disposta a aceitar o posto, que sempre é preenchido após um concurso que define a rainha e as princesas da festa.

Mas essa novidade ainda não saiu dos bastidores da organização do Carnaval. O presidente do Fórum Internacional de Comunicação, Ecologia e Turismo (Ficet), Gorgônio Loureiro, adianta que até o dia 15 decide se Dadá será a rainha ou se manterá o tradicional concurso.

Fonte: A Tarde

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